Moeda Rara

DOBRA 1727 R – D. JOÃO V (1706-1750)


O rei que ficou para sempre associado à construção do Convento de Mafra e do Palácio de Queluz tem um lugar de destaque na história da numismática de Portugal e do Brasil. Se as moedas de ouro cunhadas no seu reinado estão hoje entre as mais belas do mundo, muito se deve à forma como aproveitou o ouro do Brasil e o transformou em espetaculares séries monetárias. A Dobra 1727 R, cunhada no Rio de Janeiro, é um excelente exemplo do esplendor das moedas joaninas oriundas de terras brasileiras.

Depois da Índia, o Brasil foi o segundo território português onde se cunhou moeda em oficinas próprias. Estavam situadas em cidades como S. Salvador da Baía, Rio de Janeiro ou Pernambuco. Bateram-se moedas de ouro, prata e cobre e tal como aconteceu em Portugal, as de D. João V estão entre as mais relevantes. De acordo com o Casa da Moeda do Brasil/Clube da Medalha do Brasil “durante o longo reinado de D. João V (1706-1750), tal era o crescimento da exploração aurífera no Brasil que a Colônia também passou a cunhar moedas de ouro para o Reino. As moedas obedeciam a dois sistemas: o nacional ou forte, para circulação em Portugal, e o provincial ou fraco, para circular na Colônia.”

Segundo a mesma fonte, “a Casa da Moeda do Rio de Janeiro lavrou moedas de ouro do sistema nacional português com a legenda JOANNES V D.G PORT. ET ALG. REX (D. João V por graça de Deus Rei de Portugal e Algarves). Algumas das mais belas peças de ouro, como a série dos escudos, provieram dessa Casa”. Também merecem destaque as cunhagens de Dobrões feitas na Casa da Moeda de Minas Gerais (na cidade de Vila Rica, atualmente Ouro Preto) entre 1724 e 1727.Segundo a mesma fonte, “a Casa da Moeda do Rio de Janeiro lavrou moedas de ouro do sistema nacional português com a legenda JOANNES V D.G PORT. ET ALG. REX (D. João V por graça de Deus Rei de Portugal e Algarves). Algumas das mais belas peças de ouro, como a série dos escudos, provieram dessa Casa”. Também merecem destaque as cunhagens de Dobrões feitas na Casa da Moeda de Minas Gerais (na cidade de Vila Rica, atualmente Ouro Preto) entre 1724 e 1727.

 

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Segundo um artigo publicado na Revista de Arqueologia Pública, do Brasil, as casas de fundição e moeda de Vila Rica terão, entre 1724 e 1735, cunhado mais moeda do que as Casas da Moeda de Lisboa e Rio de Janeiro juntas. O estabelecimento de uma casa da moeda em Minas Gerais foi determinado em 1720, ano da proibição da circulação do ouro em pó dentro da capitania. Além de moedas iguais às cunhadas no Reino, no Rio e na Bahia, a nova casa da moeda deveria fabricar peças com valores nominais de 20.000 e 10.000 réis, as quais circulariam com os valores efetivos de 24.000 e 12.000 réis.

A origem das moedas cunhadas no Brasil e entre as quais se se encontram as de D. João V, é identificada pela letra que lhe está associada. Assim, o B significa Baía, Rio de Janeiro e o M está relacionado com a Casa da Moeda de Minas Gerais. A primeira Casa da Moeda aberta pela Coroa portuguesa em terras brasileiras foi a da Baía, em 1694. A do Rio de Janeiro foi inaugurada em 1699.